Sunday, June 29, 2008

Wall-E: Paixão e Aventura

É interessante ter no mesmo fim de semana dois filmes de animação com um alto peso significativo. É fácil e óbvio fazer uma comparação entres os estúdios: Dream Works e Pixar. Mas não vou fazer. Como disse no post do Kung Fu Panda, a características dos estúdios tem de ser levada em conta, principalmente agora, que estou aqui pra falar de WALL-E.



A Pixar, desde Toy Story, quando deu ao mundo o primeiro longa de animação em 3D (não vou entrar na discussão de quem é o 1o. filme: Toy Story ou Cassiopéia - ninguém merece!!), vem mostrando um trabalho incrível no cuidado com seus personagens, a construção da história, com alto padrão na costura da trama e o casamento perfeito de arte e tecnologia. A Pixar ditou o ritmo e puxou todos os outros estúdios, mesmo os que não utilizavam linha visual - 3D (o que fez a Dream Works Animation acabar "definitivamente" (?) com o estúdio de 2D). Penso em todo esse padrão como algo óbvio, já que eles levariam o selo de qualidade Disney.



Bom, isso tudo foi para falar o quanto Wall-E foi importante. Uma enxurrada de signos, dentro de uma meta-linguagem, sobre um roteiro parrudo e personagens simples e cativantes, porém complexos na sua essência. Nós temos um drama romântico, que me trouxe a mente a imagem de "Carlitos", o vagabundo atrapalhado e suas paixões ("o Garoto" e "a Florista", caem como uma luva nessa comparação). E claro, difícil de não identificar, E.T. foi um dos primeiros esteriotipos que Wall-E me remeteu, com seus grandes olhinhos tristes. Todos esses ícones traçam a personalidade do solitário, inocente e doce robozinho esmagador de lixo que passa a vida, contra-pondo sua solidão, juntando coisas em quanto trabalha por uma causa que não existe mais.


Fico pensando o quanto as crianças vão alcançar do filme. O começo, que é lindo, talvez possa começar a se arrastar para as crianças. Mas se dá certo, é por um fio. A história vira quando Wall-E deixa a Terra, o filme começa e não tem mais como se distrair. Nesse momento o filme tem outro ponto alto: como estão os humanos 700 anos depois de terem deixado a terra. Eles fazem uma crítica ao que a humanidade está se tornando, através de uma caricatura de nós mesmos. E essa solução foi extremamente bem executada através da utilização de live action para os antigos humanos e CG para os gordos e preguiçosos novos humanos. Outro bom exemplo dessa crítica ocorre quando um casal de repente é desplugado daquela realidade em que vivia e começa a perceber maravilha de pequenas coisas reais ao seu redor, criando uma pequena narrativa paralela interessante. Toda a construção e desenvolvimento da trama do núcleo humano da história foi Genial!! (Sem esquecer do comandante da nave que deu um show como personagem e símbolo)

Wall-E é uma peça cinematográfica que emociona na sua riqueza de significados e trabalha assuntos críticos da nossa atualidade com muita intensidade.

A Pixar vai ganhar outro OSCAR inevitavelmente e merecidamente!!!

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